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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Marco van Basten

Marco van Basten






Informações pessoais
Nome completoMarcel van Basten
Data de nasc.31 de Outubro de 1964 
Local de nasc.Utrecht,  Países Baixos
Altura1,88 m
Peso88 kg
PosiçãoTreinador
Clubes de juventude
1981–1982Países Baixos Ajax
Clubes profissionais
AnosClubesJogos (golos)
1982–1987
1987–1995
Países Baixos Ajax
Itália Milan
172 (152)
195 (122)
Seleção nacional
1983–1992Países Baixos Países Baixos58 (24)
Times que treinou
AnosClubesJogos
2003–2004
2004–2008
2008–2009
Países Baixos Ajax B
Países Baixos Países Baixos
Países Baixos Ajax




Carreira em clubes


Ajax

Seu pai havia sido jogador e estimulava os filhos a seguirem a mesma carreira. Apegado ao esporte, o jovem Van Basten, para se aperfeiçoar, costumava descrever em desenhos as jogadas de seus principais ídolos, de Johan Cruijff a Didier Six. Foi no clube de Cruijff, o Ajax, que ele debutou, em 1982.
Sua estreia não poderia ser mais simbólica: entrou em campo substituindo o próprio Cruijff e marcando gol. Não seria apenas naquela partida que o garoto iria substituir o maior craque do país, mas também no coração dos torcedores do Ajax e da Seleção Neerlandesa, pela qual estrearia já no ano seguinte.
Dono de uma grande noção de posicionamento, postura imponente e elegante, velocidade e espírito coletivo, além de um enorme faro de gol, Van Basten conquistou logo em sua primeira temporada profissional o campeonato neerlandês. Desde aquele tempo outros dois fatos já apareciam: sua amizade com o colega Frank Rijkaard e sua fragilidade, exposta em suas pernas longas e de poucos músculos, o que foi logo notado pelos zagueiros adversários. Com eles irritava-se com facilidade, começando a "retribuir" as pancadas que sofria. Acabou se dando mal: sua primeira lesão séria no tornozelo ocorreu quando tentou fazer uma falta em jogo da Eredivisie. Não conseguindo se dar bem ao tentar utilizar contra os outros a mesma violência que sofreu, resolveu responder os adversários com humilhações em campo.
Com o Ajax, foi novamente campeão nacional, e também da Copa dos Países Baixos, em sua segunda temporada, a última de Cruijff como jogador do clube. Um terceiro título na Eredivisie viria em 1985, e o ano seguinte seria marcado por dois triunfos: nova conquista na Copa dos Países Baixos e o retorno de Cruijff, como técnico. Na temporada 1986/87, quatorze anos após seu último título na Copa dos Campeões da UEFA, o Ajax aproximou-se novamente de um título continental, ao chegar à final da Recopa Europeia, então o segundo torneio interclubes de maior prestígio no continente. Antes da partida, contra os alemães-orientais do Lokomotive Leipzig, ouviu dizeres nada sutis do treinador Cruijff: "se você não vencer, eu destruo você". Levando ou não a sério as palavras do técnico, Van Basten marcou cedo, aos 21 minutos do primeiro tempo, o único gol da partida, garantindo o título.
A conquista foi seu ápice no Ajax, pelo qual vinha sendo artilheiro do campeonato neerlandês desde 1984. Com isso, chamou a atenção do Milan, tradicional equipe italiana que vinha se reerguendo após momentos ruins no início da década, o que incluíra duas passagens na segunda divisão.


Milan

O clube também contrataria um compatriota, Ruud Gullit. Os dois não demorariam a se consagrar nos rossoneri: na primeira temporada de ambos, trariam o scudetto de volta ao time, encerrando um jejum de nove anos, com ele marcando no jogo que praticamente definiu o campeonato: uma vitória fora de casa contra o concorrente direto, o Napoli de Maradona. A dupla viraria um trio com a chegada de novo reforço vindo dos Países Baixos, seu ex-colega de Ajax Frank Rijkaard. O final da temporada seria coroado com inédito título dos Países Baixos no Campeonato da Europeu e com o craque recebendo sua primeira Bola de Ouro como melhor jogador do continente.
Embora já sofresse com seus tornozelos no Milan, foi no clube italiano que se consagraria mundialmente. Em sua segunda temporada, ajudaria a equipe a quebrar outro jejum, que completava vinte anos: o de título na Copa dos Campeões da UEFA. Até então, o Milan dividia com a rival Internazionale o posto de time italiano que mais venceu a competição (duas vezes). Pois Van Basten e Gullit deixariam o Milan como líder isolado nessa escala: ambos marcariam cada um duas vezes na final, em goleada de 4 x 0 sobre o Steaua Bucareste, base dos bons elencos que a Seleção Romena teria nos anos 90. O feito lhe rendeu sua segunda Bola de Ouro seguida.
Na temporada seguinte, a de 1989/90, o trio neerlandês se consagraria ainda mais com o bicampeonato na Copa dos Campeões. Até hoje, foi a última vez em que um clube conseguiu ser duas vezes seguidas campeão do mais importante torneio interclubes da Europa. Para completar, Van Basten finalmente conseguia a artilharia na Serie A, embora o título tenha ficado com o Napoli de Maradona.
O pequeno jejum no campeonato italiano terminaria em 1992, com ele novamente sendo o artilheiro da liga. Com isso, recebeu sua terceira Bola de Ouro, igualando Johan Cruijff e Michel Platini. Apesar disso, o fim de sua carreira estava próximo. Sua última temporada foi a posterior, a de 1992/93. O Milan foi novamente campeão italiano e tinha a chance de conquistar novamente a Copa dos Campeões, mas o título foi perdido para o Olympique Marselha. Seria seu último jogo: seus tornozelos estavam acabados, vítimas de tantos anos de pancadas e de cirurgias infelizes. A despeito de um torcedor ter lhe oferecido a própria cartilagem do tornozelo, isso não seria suficiente para retomar a carreira. A melhor solução, o implante de uma prótese, já o impediria de caminhar normalmente. No desespero, Van Basten tentou, sem solução, até utilizar curandeiros.
A gravidade de suas lesões eram tamanhas que nem mesmo um jogo comemorativo pôde ser feito, uma vez que mal podia correr. Em 1995, sem jogar havia dois anos, desistiu da luta e resolveu se assumir como um ex-jogador. Com apenas 30 anos, esforçando-se para não chorar, deu, vestido à paisana, uma volta olímpica no estádio San Siro, para se despedir dos torcedores do Milan. Comoveu até o durão então técnico do clube, Fabio Capello, que não conseguiu segurar as lágrimas. Mesma comoção teve o presidente Adriano Galliani, que declararia ter perdido o seu Leonardo da Vinci. Seu sucessor como artilheiro ali, o liberiano George Weah, faria questão de dizer que "Todo mundo, inclusive eu, quer ser como Van Basten".


Seleção Holandesa

Debutou pelos Países Baixos credenciado pelo título neerlandês em sua primeira temporada no Ajax. A Oranje, órfã da brilhante geração bivice-campeã mundial na década anterior, ainda demoraria a recuperar-se, não se classificando para os Campeonatos do Munodo 1982 e 1986 e para o Campeonato da Europa 1984. A virada ocorreria no Campeonato da Europa 1988.
Apesar do título italiano logo em sua primeira temporada no Milan, Van Basten ainda não havia consagrado-se totalmente, uma vez que esteve lesionado a maior parte da temporada, o que quase lhe custou sua presença na Euro. Entrou na segunda partida, contra a Inglaterra, e marcou três gols, humilhando o defensor adversário Tony Adams, ícone do Arsenal. O zagueiro posteriormente agradeceria Van Basten, dizendo que as pesadas críticas que sofreu após a partida o estimulou a se aperfeiçoar. Declaração semelhante viria do alemão Jürgen Kohler após a semifinal, em que os Países Baixos conseguiram vingar-se da mesma Alemanha Ocidental que lhe tirara o título na Copa do Mundo de 1974. Novamente anfitriã do torneio, foi a vez dos germânicos perderem de virada por 1 x 2; Van Basten marcou o gol da vitória a dois minutos do fim da partida.
A final seria decidida contra a forte União Soviética, adversário que vencera os neerlandeses no jogo inaugural, do qual ele não participara. Dessa vez, também seria diferente. A partida já estava sendo vencida por 1 x 0 quando Van Basten destroçou os soviéticos no início do segundo tempo com um dos gols mais bonitos do torneio: ao receber lançamento de Arnold Mühren, emendou de primeira em um voleio que encobriu o lendário goleiro adversário Rinat Dasayev. Sobre seu gol mais famoso, declararia: "Se tentar outras dez vezes, nunca vou conseguir de novo. Esse é um momento que é dado a você". A vitória de 2 x 0 finalmente levou os Países Baixos ao seu primeiro (e, até hoje, único) título no futebol, quebrando uma sina que o selecionado tinha de montar boas equipes e não conseguir títulos.
O título continental, as duas Bolas de Ouro e o bicampeonato na Copa dos Campeões colocaram Van Basten e os Países Baixos como um dos favoritos para a Copa do Mundo de 1990, primeiro mundial em doze anos disputado pela Laranja. O craque e seus colegas, entretanto, decepcionaram. Ele, que vinha à competição também como artilheiro do campeonato italiano, não marcou. A Seleção Neerlandesa terminou a Copa sem vencer, eliminada nas oitavas-de-final pela Alemanha Ocidental, para a qual voltava a cair em Copas.
Teve a chance de recuperar-se com a Seleção na Eurocopa 1992. Apesar de chegar ao torneio novamente artilheiro (e campeão) italiano, Van Basten não desencantou. O posto de novo artilheiro da seleção agora mostrava-se ocupado por um jovem Dennis Bergkamp, a quem aconselhava no Ajax. Desperdiçou sua melhor chance de estufar as redes da pior forma: foi nas semifinais, contra a zebra Dinamarca, na disputa por pênaltis. Van Basten acabou sendo o único a errar e os nórdicos conseguiriam a vaga na final, que seria vencida por eles. Ainda assim, Marco terminaria o ano com sua terceira Bola de Ouro e recebendo também o prêmio de melhor jogador do mundo pela FIFA.


Como Treinador



Quando aposentou-se oficialmente, em 1995, rejeitava a ideia de treinar equipes, posição alterada com o tempo, quando começou a treinar os juvenis do Ajax. Teria sua primeira experiência real justamente na Seleção Neerlandesa, após a demissão de Dick Advocaat em virtude do fracasso na Eurocopa 2004. Van Basten foi aprovado para o cargo devido à influência de Johan Cruijff, que se considerava seu mentor. Marco chegou à Seleção como salvador, aquele que seria responsável por devolvê-la o futebol bonito.
Entretanto, mostrou-se firme demais em suas posições, desentendendo-se com Mark van Bommel, Clarence Seedorf e até com quem o tinha como o maior ídolo, casos de Ruud van Nistelrooij e Patrick Kluivert, este não chamado pelo treinador. Após sobreviver ao "grupo da morte" na Copa do Mundo de 2006, a equipe foi eliminada nas oitavas-de-final por Portugal com ele mostrando-se apático em relação à partida. O contraste da postura vibrante do técnico adversário, Luiz Felipe Scolari, com o desdém de Van Basten pelo jogo, somado à teimosia do treinador em manter Van Nistelrooij no banco acabaria lhe trazendo várias críticas.
Um sopro de esperança veio com a Eurocopa 2008. Van Basten acumulava ainda a função de técnico da equipe principal do Ajax, para onde fora também com a bênção de Cruijff: "Marco é como eu. A vitória não basta para nós, precisa haver um futebol bonito. Eu acho isso maravilhoso". Entretanto, a boa relação de ambos terminou quando Van Basten não concordou com as drásticas medidas que Cruijff tinha em mente para reestruturar as bases do clube; este queria a demissão imediata de todos aqueles que julgava responsáveis pela perda de prestígio das categorias inferiores do clube. Após o desentendimento entre ambos, Cruijff deixaria a direção do clube, que assumira havia apenas 17 dias.
Na Euro, a Laranja jogou um futebol envolvente na primeira fase, terminada com 100% de aproveitamento sobre as finalistas da Copa do Mundo anterior, Itália e França, além da tradicional Romênia. O encanto acabou logo na partida seguinte, com o país sendo envolvido pela Rússia e eliminado após perder de 1 x 3. A queda surpreendente custaria-lhe o cargo na Seleção.
Em maio do ano seguinte, deixaria também o Ajax, após não conseguir a classificação para a Liga dos Campeões da UEFA.

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